Por uma Educação que eduque.

A educação tem um papel altamente condicional na vida da pessoa. Quando ela não tem leitura é condenada a ser ignorante e cega em sua relação com o mundo dos símbolos. A sua liberdade é ferida e seus horizontes são reduzidos à boa vontade dos “intérpretes”.

Todos os anos, a UNESCO (Organização das Noções Unidas para a Educação, Ciência a e Cultura) divulga a lista dos países que estão conseguindo avanço ou retrocesso no campo educacional de seus patriotas.
O Brasil sempre se destacou pela lentidão com que a educação avança. Uma péssima tradição! Porem, agora exagerou.
Foi anunciado em Genebra, na Suíça, o relatório do ano de 2008, e para a comprovação daquilo que já era previsto e para a tristeza de todos nós que almejamos ver um Brasil educado e educando; um Brasil que opte por medidas emergenciais e em longo prazo visando o melhoramento da nossa educação. Diante de tantas expectativas o Brasil aparece em 80º lugar no ranking de desenvolvimento da educação, atrás de paises como a Bolívia, Equador, Venezuela e Paraguai.
O estudo da UNESCO aponta o Brasil como o único país latino-americano com mais de 500 mil crianças em idade escolar, sem estudar. No total, 17 paises aparecem nessa situação: junto ao Brasil estão Iraque, Nigéria e a Índia. O estudo adverte que “as desigualdades profundamente enraizadas, persistem na educação, condenando milhões de crianças no mundo a ter suas oportunidades diminuídas e até condenando-as à pobreza”.
Muito se fala muito se critica e existem até os céticos em relação à educação no Brasil, o certo é que: o modo com que a educação é tratada em nível de Brasil, é uma coisa degradante. Os livros didáticos distribuídos nas escolas públicas é uma verganha. Só servem pra quem não sabem ler.
Como uma escola sem estrutura, precária, de professores mal remunerados pode resolver um problema social, se ela própria já é o problema, e grave? O que está cada vez mais à vista é o descaso e a indiferença com as escolas e consequentemente, com a educação no país.
A educação tem um papel altamente condicional na vida de um cidadão. A pessoa que não tem leitura é condenada a ser ignorante e cega em sua relação com o mundo dos símbolos e das codificações. A sua liberdade é ferida e seus horizontes são reduzidos à boa vontade dos “intérpretes”.
A educação tem que formar o homem em todas as suas dimensões, de forma que o liberte do cárcere de sua ignorância, que o torne consciente de si mesmo, do outro e de tudo que diz respeito às diversas formas de vida e finalmente deve lhe levar a se tornar um ser responsável, tornando-se assim um ser ético. E como diz a filósofa brasileira, Marilena Chauí “ninguém é ético inconsciente”.
O Brasil garante o acesso ao ensino fundamental a quase todas as crianças, mas não garante a qualidade da educação, infelizmente. Este é o grande problema do nosso país que começa nas séries iniciais. Não basta que a criança passe de ano, é preciso que ela seja formada desde o jardim de infância até à universidade. O Estado brasileiro deve oferecer aos seus futuros professores uma educação digna para formação de mentes ricas, de brilhantes ideais e de pensamentos livres e independentes.
Mas, para degradar a educação mais ainda, o que é perceptível nas escolas brasileiras, ainda hoje com exceções, é claro, são professores que não educam. Reproduzem conteúdos, se iludem pensando que ensinam e os alunos se convencem que aprenderam. São verdadeiros reprodutores de teorias, não professores. Às vezes, não porque não queiram educar, mas pelo simples fato de não terem recebido uma formação séria para exercerem tal função. As universidades não preparam os professores adequadamente para a alfabetização, deixa sérias lacunas. Esta é a grande falha da educação brasileira, a deficiência na formação dos professores para séries iniciais.
Ser professor é algo que demanda muitas responsabilidades. É uma profissão que mexe com o imaginário do outro por ser um profissional que irá passar um conhecimento a quem ainda não o tem e o fará capaz de questionar aquilo que a pouco começou a entender. Penso que ser professor é ser um pouco de tudo: pesquisador, psicólogo, amigo e ser portador de humildade. Não basta simplesmente saber, tem que ter vocação e paixão em ensinar, pois o aprendizado é uma via de mão dupla.
Tenho uma admiração e um apreço grandioso para com os profissionais da educação, ja demonstrei isso aqui em textos anteriores, afinal, o que seria da humanidade sem os professores? Que pena que essa classe ainda não é vista e tratada com dignidade e respeito.
O professor, é aquele homem, aquela mulher que passou anos lutando bravamente em nome de um objetivo, e hoje, acorda cedo para transformar o mundo.
O futuro de um país está na educação de seus patriotas, educação essa que passa pela ação dos professores. Se tivermos professores devidamente aptos à educação, teremos alunos que se transformaram em cidadãos educados e preparados à condução e transformação do país. Todavia, para que isso possa se tornar realidade é preciso, antes de tudo, boa vontade política. O Brasil clama por um sistema educacional que eduque, não que aliena em nome da educação.