"Seu dízimo é a sua chave, entre logo no céu"!

Hoje tem igrejas para todos os gostos, o evangelho se encontra nas vitrines da fé. Igrejas alicerçadas na ilusão e na mentira, um evangelho relativisado e comercializado. Um céu barato que se compra a crédito. 


Nos últimos tempos, a Igreja Católica tem presenciado com uma boa margem de preocupação, uma fuga gradativa e considerável de fiéis para outras denominações religiosas. A preocupação da Igreja, porem, é pela perca de seus fiéis – mas não só por isso – também gira em torno de onde essas “ovelhas” estão procurando pastagens, estão se arrebanhando aos cuidados de que tipo pastores? Será que eles tem coragem de morrer por elas ou só querem a pele?

É inegável que muitas falsas verdades, hoje, nas sociedades modernas clamam descaradamente por aprovação popular, e claro, pelos aplausos da Igreja. Todavia, a Igreja não está para as verdades, mas para a Verdade. E esse caráter identitário do catolicismo, aos olhos do mundo, paradoxalmente lhes atribui suas glórias e misérias. Glórias pelas mentes esclarecidas e conscientes e misérias pelas inteligências curtas que ficam navegando em opiniões e pensam por cérebros alheios.

O mundo não está preparado para entender a Igreja e comungar com o que ela ensina. Infelizmente. A cultura moderna relativisou o que é essencial e quer tornar essencial o que é relativo. É um caminho inverso que os pés sábios não trilharão. A consciência massificada da sociedade tornou-se uma consciência de rebanho, que obedece cegamente qualquer um que grita mais alto.

Não sou profeta, mas a Igreja vai diminuir ainda mais, ela vai perder a sua maquiagem, pela sua firmeza diante das “verdades”. Os cristãos pés-de-barro e cabeças-de-vento não resistiram às propostas do “céu barato”, oferecido por preços promocionais nas casas milagreiras, contrapondo-se à vida de fé na fé da Igreja.

O protestantismo fala à linguagem que o mundo quer ouvir. Muita gente hoje quer uma igreja do seu jeito, que fale o que ele quer ouvir e corresponda às suas expectativas. Puro psicologismo religioso! Busca-se alívio e bem-estar, não compromisso com o Evangelho. Por isso é que na Igreja ficarão poucos, pelo fato de serem poucos os que querem comprometessem com a fé que professa, com a verdade.

Está cada vez mais comum ternos nossos ouvidos assaltados com propaganda do tipo: “venha, porque hoje no lugar ‘tal’ e na hora ‘tal’ vai acontecer ‘tal’ milagre.” Em outras palavras, como que o tal do “pequeno deus” estivesse dizendo: “na minha igreja eu determino que milagre deve acontecer, quando ele deve acontecer e como ele acontece”. Deus do céu!!! Onde nós estamos??? O homem que ao invés de cumprir a Palavra e vontade de Deus se dá o direito de obrigar Deus a cumprir as suas determinações, obedecer seus comandos e fazer todas as suas vontades. E como se não bastasse... As casas milagreiras vivem cheias.

Hoje tem Igrejas para todos os gostos, o evangelho se encontra exposto nas vitrines da fé, construídas no alicerce da ilusão e da mentira e edificada no sensacionalismo, administrados e muito bem planejados por grupos de “apóstolos” que comercializam milagres e vendem a salvação a crediário sob a condição de a cada sessão, receber o “dízimo” como uma gorda parcela.

Será que Deus tem que ser útil para provar que é Deus? E nós, será que temos que ser ridículos e bestas para merecermos o olhar de Deus?