Aos noventa anos de idade, morreu hoje (domingo, 26/12/10) D. Miguel Maria Giambelli, (1920-2010) o "Missionário Barnabita" e "amigo dos doentes" como era carinhosamente chamado por grande parte daqueles que o conheciam e o estimavam.
Particularmente, sou imensamente grato ao religioso italiano. Por um período de quatros anos conversei inúmeras vezes com ele. Recebi de suas sagradas palavras muitas orientações iluminadas... Agradeço muito ao Bom Deus por ter conhecido um homem que vivia a sua humanidade como "amostra" da divindade que se acredita que há de vir.
Lembro-me da última visita que fiz a Dom Miguel, em seu leito. Quando cheguei, uma das enfermeiras que cuidava dele me disse: “Olha, Dom Miguel não pode recebe-lo”. Mas, acabei entrando e o vi. Acho que estava adormecido. Fiquei dez minutos, quinze minutos talvez, contemplando aquele passarinho dormindo. Com um lençolzinho branco, parecia um Gandhi com as suas canelinhas de fora, finas, suspirando profundamente. E eu fiquei enlevado, porque saía dele tanta irradiação, tanta leveza, tanta santidade, tanta transcendência, que era algo do outro mundo que irrompia ali. Fiz a reverência, inclinei-me profundamente, sai de fininho e disse: “Olha, entre tantos diálogos que tive com Dom Miguel, este foi o mais profundo.” Essa imagem eu quero guardar dele. O sono de um profeta, de um Gandhi, de um anjo da paz.
Ele tinha afeições de um homem feliz e realizado...
Ontem um homem de Deus vivia no nosso meio...
Hoje, um homem do nosso meio vive com Deus...
