Educação, Mídia e Transformação Social.

O Estado brasileiro deve oferecer aos seus futuros professores uma educação digna para formação de mentes ricas, de brilhantes ideais e de pensamentos livres e independentes. E aos estudantes brasileiros uma educação que lhes permitam uma libertação integral.

Ser um sujeito educado e crítico no Brasil, está se tornando cada vez mais difícil. Pergunte-se, quem é o culpado? Sem respostas, provoca-se uma nova pergunta: é o professor que não se preocupa com o futuro de seus alunos? É o aluno que só quer passar de ano? Ou o governo que investe pouco na educação e forma mal os profissionais da área? A única certeza que temos é que: a passividade com que a educação é conduzida no Brasil, para quem quer se tornar uma potência, é altamente preocupante.
Estamos vivendo um tempo em que somos bombardeados de informações e ao mesmo tempo vivemos à escassez de um aprendizado sério que nos conduza a uma educação de qualidade e nos estimule a uma vivencia ética.
Se o meio acadêmico não forma, o ambiente cultural às vezes desumano, acaba deformando, e os meios de comunicação enquanto formadores de opinião não contribuem para isto, ao contrário, deformam mais ainda e agridem a consciência coletiva com ideologias que escravizam em nome da liberdade.
Como leitor de jornais, telespectador, usuário da internet, fico angustiado ao perceber as distorções e as tendências maliciosas que alguns desses meios de comunicação acabam fazendo ao noticiarem fatos que interessam determinados grupos econômicos ligados a eles. Está se tornando cada vez mais comum, casos que envolvem adolescentes serem enfatizados pelas grandes e pequenas mídias, o que muita gente não sabe é que, por traz disso está à busca pela legalização da menoridade penal.
Lotando as penitenciárias de jovens mal educados, vai resolver o problema? Eles conseguiram se regenerar em recintos sub-humanos como é o caso dos presídios brasileiros? Eu tenho minhas dúvidas.
A televisão mostra as favelas como fábrica de bandidos. Mostra o homem que vive lá, como uma ameaça, fazendo com que ele se envergonhe e tenha medo até de dizer onde mora, tornando-se mais um à margem do competitivo mercado de trabalho. Se ele é vítima, obviamente a tendência é fazer outras vítimas.
O aborto, hoje e tido como a salvação do mundo. Agora eu pergunto: é mais fácil eliminar o homem antes de ele nascer ou oferecer-lhe saúde, educação, segurança, alimentação e uma vida digna? Enquanto todos aplaudem a atitude do Governo, preocupado com a “saúde pública” o dinheiro que seria destinado a essas coisas, alguém sabe por onde anda? As rodovias com estão? As filas nos hospitais públicos, quem precisa sabe, sabem inclusive, como é a excelência do atendimento.
Mas a imagem televisiva é a melhor possível, o lado negro social é encoberto e só quem busca escutar o que ouve e enxergar o que ver, percebe. Se o Brasil é o país do futebol, porque então se preocupar em criticar governo? Não somos pentacampeões do mundo? Política é coisa chata! Não é a nossa praia.
Uma coisa é certa: o jornal escrito, a televisão, revistas e todos os outros meios que formam a cultura midiática são produtos do capitalismo e evidentemente estão a serviço do próprio capitalismo. Isto implica que só vai ao público aquilo que passou pelo “crivo” dos interesses políticos e econômicos ligados ao capital.
Todavia, essa leitura crítica e reflexiva dos meios de comunicação não é feita pela maioria das pessoas, falta uma educação de qualidade para a população, falta senso crítico, precisamos nos desprender daquele comportamento de rebanho onde todos fazem a mesma coisa, só porque esse ou aquele fez eu faço, ou ainda, fiz porque me mandaram fazer. A marionetização está impermeabilizada no tecido social, no cotidiano das pessoas, de tal modo que já não sabemos fazer mais nada espontaneamente, precisamos sempre de alguém para nos direcionar... E nisto a mídia é especialista. Encontrando-nos vulnerável a qualquer informação, atua com muito mais excelência.
Não custa nada uma simples exemplificação: as modas. Se a mídia propõe uma marca de roupas, automaticamente a sociedade adere e reprova os outros modelos e outras marcas. Posso ter o guarda-roupa superlotado (uma vez que já sou vítima do consumismo), mas embora eu trabalhe duro, mas vou adquirir porque quero “estar na moda”, além do mais, meu grupo de amigos (que também é vítima) vai me reprovar caso eu não me enquadrar naquele determinado estilo. Se uma grande empresa produz roupas, já rasgadas, como acontece, e compra seu espaço na vitrine virtual e persuasiva da mídia, ela me convence que eu tenho que usar roupas rasgadas, silenciosamente pago o dobro de uma roupa normal, mas como ficou bem nos comerciais vai ficar bem em mim também, e eu compro – sem reclamar.
A necessidade de vestir não é a necessidade da moda, da etiqueta.
A educação não é tudo, mas em tudo ela deve aparecer. Dizia Aristóteles, grande filósofo da Grécia Antiga, que o homem educado acaba fazendo o bem, concordo com ele e discordo de algumas campanhas feitas seja pelo Governo ou por outros grupos. A campanha da educação sexual, por exemplo, se a educação se restringe exclusivamente à educação sexual, ficarei em alerta neste campo, mas e os outros? Nas campanhas de conscientização ambiental, por serem emotivas, chega até chamar a atenção, mas ali se acaba por que não é uma educação propriamente dita, é uma orientação. A educação forma o homem integralmente.
A educação tem que formar o homem em todas as suas dimensões, de forma que o liberte do cárcere de sua ignorância, que o torne consciente de si mesmo, do outro e de tudo que diz respeito às diversas formas de vida e finalmente deve lhe levar a se tornar um ser responsável, tornando-se assim um ser ético. E como diz a filósofa brasileira, Marilena Chauí “ninguém é ético inconsciente”.
O Brasil garante o acesso ao ensino fundamental a todas, ou a quase todas as crianças, mas não garante a qualidade da educação, infelizmente. Este é o grande problema do nosso país que começa nas séries iniciais. Não basta que a criança passe de ano, é preciso que ela seja formada desde o jardim de infância até à universidade. O Estado brasileiro deve oferecer aos seus futuros professores uma educação digna para formação de mentes ricas, de brilhantes ideais e de pensamentos livres e independentes.
Mas, para degradar a educação mais ainda, o que é perceptível nas escolas brasileiras, ainda hoje com exceções, é claro, são professores que não educam. Reproduzem conteúdos, se iludem pensando que ensinam e os alunos se convencem que aprenderam. São verdadeiros reprodutores de teorias, não professores. Às vezes, não porque não queiram educar, mas pelo simples fato de não terem recebido uma formação séria para exercerem tal função. As universidades não preparam os professores adequadamente para a alfabetização, deixa sérias lacunas. Esta é a grande falha da educação brasileira, a deficiência na formação dos professores para séries iniciais.
Mais que muitos professores, as escolas brasileiras necessitam de muitos bons professores.
O senso comum diz que a boa educação é a base de tudo e começa em casa. Mas como educar um filho de pais que não receberam educação adequada? Como educar uma criança com fome e que enxerga na criminalidade a saída mais emergencial para resolver os problemas delas? Educar é um processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral do ser humano. Por ser justamente um processo é algo que demanda tempo e, principalmente qualidade.
E os nossos professores com estão, com maturidade psicológica e suficientemente preparados para tais desafios? Alguém pensou em prepará-los tendo em vista as diferentes realidades de seus alunos?
Paulo Freire, educador da década de 1990, que influenciou um movimento chamado de Pedagogia Crítica, diz o seguinte: "A educação já foi tida como mágica, podia tudo, e como negativa, nada podia. Chegamos à humildade: ela é a chave da transformação da sociedade". Quem sou eu para discordar de Paulo Freire, ao contrário, concordo, a educação é processo que gradativamente se concretiza e se assimila. Por si só, ela não é capaz de mudar a sociedade. Mas, a partir da educação, o indivíduo torna-se crítico e tem um posicionamento próprio. Daí tem a possibilidade de questionar as coisas da sociedade e, principalmente, o pensamento, tanto dos autores como valores culturais, que foram construídos antes dele. Só assim, depois de educado e crítico, será capaz de fazer revolução e de transformar. Para que a sua ação e intervenção sirvam de ponte para muitos sedentos de alternativas e desprovidos de criatividade intelectual.
A base da educação é o questionamento, daí é de se dar às boas vindas à filosofia e à sociologia que estão novamente integrando à grade do Ensino Médio no Brasil. O indivíduo educado questiona sempre. Pede um entendimento e numa resposta satisfatória às questões e procura estuda-las. Pode ser que essa resposta seja rápida ou demorada para ser concluída, porém é de extrema importância ser provocada.
Já no ensino médio, os professores devem começar a ter uma nova postura: excluir a decoreba da sala de aula e provocar a crítica nos alunos. Estudar o passado e falar da atualidade, por os pés no chão, nem todos os alunos serão astronautas...
Ser professor é algo que demanda muitas responsabilidades. É uma profissão que mexe com o imaginário do outro por ser um profissional que irá passar um conhecimento a quem ainda não o tem e o fará capaz de questionar aquilo que a pouco começou a entender. Penso que ser professor é ser um pouco de tudo: pesquisador, psicólogo, amigo e ser portador de humildade. Não basta simplesmente saber, tem que ter vocação e paixão em ensinar, pois o aprendizado é uma via de mão dupla.
Tenho uma admiração e um apreço grandioso para com os profissionais da educação, afinal, o que seria da humanidade sem os professores? Que pena que essa classe ainda não é vista e tratada com dignidade e respeito.
O professor, é aquele homem, aquela mulher que passou anos lutando bravamente em nome de um objetivo, e hoje, acorda cedo para transformar o mundo.
O futuro de um país está na educação de seus patriotas, educação essa que passa pela ação dos professores. Se tivermos professores devidamente aptos à educação, teremos alunos que se transformaram em cidadãos educados e preparados à condução e transformação do país.

Cosntruindo um Projeto de Vida.

Ter um projeto de vida é fundamental para quem quer escrever a sua história com maiores probabilidades de acertos e construir uma vida feliz
Intenções e desejos, não podem ser confundidos com um sonho, com um projeto de vida. Eles, não resistem ao calor, ao frio... Às tempestades da trilha existencial. São simplesmente inconsistentes e circunstanciais.
Projeto de vida não se constrói sentado à beira do mar das decepções, muito menos às chamas da vingança. Um projeto para a vida requer sobriedade, descanso emocional, liberdade para ser tecido e consciência de suas implicações. Pois, o arquiteto prudente constrói sobre a rocha.
As nossas intenções são simples inspirações momentâneas, que às vezes chegam até nós em função do brilho de alguém que soube construir um bom projeto para sua vida. Mas, peca gravemente que tem intenções desejosas e se ilude pensando ter um projeto de vida.
Quem sonha não perece, resiste às mais diversas provações... Tem objetivos definidos.
Sem sonho somos incertos, enveredamos por qualquer caminho e não somos capazes de resistir as interpéries da vida. Quem sonha ver um brilho à sua frente, um caminho a ser percorrido e uma meta a ser alcançada.
Para Augusto Cury, “os sonhos são como uma bússola, indicando os caminho que seguiremos e as metas que queremos alcanças. São elas que nos impulsionam, nos fortalece e nos fazem crescer”.
Se os sonhos são pequenos, nossas possibilidades de sucesso são limitadas. Desistir dos sonhos é abrir mão da felicidade, porque quem não persegue seus objetivos está condenado a fracassar. Para esse pensador, “os sonhos trazem saúde, equipam o frágil para ser autor da sua história, animam os deprimidos. Os sonhos fazem os tímidos terem golpes e ousadia e os derrotados serem construtores de oportunidade”.
Às vezes, nossos projetos são os únicos bons motivos para continuarmos à batalha, as únicas vias de acesso a um estímulo feliz quando ao temos mais chão para caminhar, nem ombros amigos para nos apoiar. Nessa hora quem não tem um sonho faz da vida uma arma, cuja vítima é a própria pessoa.
Algumas perguntas são fundamentais para sabermos se sonhamos se temos um projeto de vida.
Onde eu quero chegar?
Que caminhos tenho traçado para minha existência?
Quais são as minhas metas?
Minhas metas são consistentes ou me desfaleço delas com facilidades?
Tenho vontade de lutar pelo que amo?
O que é prioritário para alcançar essa meta?
Os sonhadores, e obviamente as sonhadoras, sabem que toda opção implica renúncias, sonha-se para uma coisa e dorme para as outras. Nenhum sonhador está imune de tais renúncias e perdas. Em nome de um projeto, são capazes de considerar supérfluo tudo aquilo que poderia distanciá-los de seus sonhos.
O sonhador foca tanto em seu objetivo que não é capaz de arriscar qualquer distração com coisas que para ele, são insignificantes.
Quem sonha ver o que aos olhos dos outros é impossível e até inexistente.